Tipos de Sistemas de Informação

Até aqui tentei mostrar conceitos relacionado a sistemas, informação, modelos. Agora é hora de mostrar de que maneira prática esses conceitos são aplicados em organizações, através dos sistemas de informação. Uma empresa geralmente se divide em 3 níveis organizacionais: operacional, tático e estratégico.

Para cada nível organizacional existe um tipo específico de sistema de informação. No nível operacional temos os Sistemas de processamento de transações (SPT). Em se tratanto de nível tático, temos dois tipos de SI: Sistemas de informação gerencial (SIG) e Sistemas de apoio à decisão (SAD). No topo dessa estrutura, temos o nível estratégico que está amparado por Sistemas de informação executiva (SIE).
Essa á forma mais aceita de se dividir os sistemas de informação, de acordo com sua finalidade de uso e nível organizacional o qual irá auxiliar.

Um SPT é um sistema que processa as transações operacionais de uma organização. Por transações podemos entender como duas partes que trocam informações resultante de alguma atividade. Em uma empresa, transações podem ser coisas como fechamento de um pedido, matricula de um aluno, emissão de nota fiscal, baixas em um estoque.
Todas essas atividades geram dados que são coletados, processados, armazenados e distribuídos pelos sistemas de informação. Os dados que entram num SPT são padronizados e descrevem as transações efetuadas.
O processamento desses dados segue algoritmos que permitem automatizar a maioria das transações rotineiras de uma organização, seguindo operações (como decisões estruturadas e cálculos) que são repetidas a cada transação. Geram atualizações nos dados, emissão de relatórios e envio dos dados a outros sistemas.
O armazenamento dos dados gerados pelos sistemas de processamento de transações se dá na forma de banco de dados. Tais banco de dados guardam um histórico com a série de transações ocorridas na organização.
O resultado gerado por um sistema de transação resulta em documentos que formalizam a efetivação da transação (faturas, duplicatas, orçamentos, etc.), podendo também gerar relatórios acerca destas transações, para fins de avaliação, conferência ou auditoria. SPT podem também enviar remessas de dados para outros sistemas.
O controle e feedback desses sistemas inclui o uso de ferramentas de desenvolvimento de software (linguagens de programação e sistemas de gerenciamento de banco de dados - SGBD) para fazer a consistencia dos dados entrados e gerados pelo sistema.

Sistemas de informação gerencial sintetizam, registram e relatam a situação em que se encontram as operações da organização, dando aos gerentes subsidios para o controle da qualidade e da obtenção das metas estipuladas.
Os dados que constituem a base deste sistema são coletados a partir dos SPT e resumem as operações realizadas pela empresa, mostrando a realidade da empresa num período já transcorrido. Estes dados são processados de forma a permitir a comparação com outros dados de mesma categoria ou com metas preestabelecidas. Estes dados constituem bancos de dados que apresemtam somente valores que determinados indicadores tiveram ao longo do tempo.
Como resultado, são gerados relatórios e gráficos que que permitem monitorar, a partir de determinados indicadores, uma determinada área. Esses relatórios podem ser programados previamente ou podem ser gerados por demanda (ad-hoc), que são emitidos mediante solicitação.
O feedback desses sistemas permitem verificar se uma determinada área vem alcançando as metas estipuladas ou se alguma situação incomum está ocorrendo.

Os sistemas de apoio à decisão ajudam os gerentes do nível tático e estratégico de uma organização em decisões semi-estruturadas, ou seja, decisões com um nível maior de subjetividade quando comparado a um problema estruturado. Essas situação que exigem tais decisões rapidamente se modificam, podem não se repetir e dificilmente são planejadas ou previstas.
Constituem a entrada desses sistemas dados referentes a realidade interna e externa da organização. Os dados sobre a realidade interna são tirados dos dois sistemas acima descritos, e os dados sobre a realidade externa demonstram a realidade do ambiente de atuação da organização.
O processamento desses sistema inclui modelos analíticos, banco de dados especializados, processo de modelagem para apoio a tomada de decisão e insights do tomador de decisões (são posicionamentos que o tomador de decisões pode inserir no sistema e que advém da interação do tomador de decisões com o problema analisado). Através do sistema pode-se gerar cenários e simulações, permitindo uma comparação entre as possibilidades a serem escolhidas.
Do sistema resultam relatórios e gráficos que permitem comparar os resultados das diferentes simulações realizadas.
Os SAD são interativos, permitem ao usuários levantar suposições e incluir novos dados, realizar diferentes perguntas e refinar os rumos das ações a serem tomadas, constituindo assim o feedback do sistema.

Por fim, temos os sistemas de informação executiva, que auxiliam os gerentes de nível estratégico de uma organização, que têm necessidade de informações diferenciadas em relação aos demais níveis da empresa. Isso porque a decisão estratégica envolve decisões não estruturadas, ou seja, aquelas onde não há um bom nível de compreensão da situação ou não há concordância a respeito do procedimento a ser adotado.
Para entrada do sistema, os dados mostram a realidade interna e externa da empresa. A realidade interna é mostrada pelos relatórios e dados dos demais sistemas de inforamação descritos até aqui, e os dados externos são obtidos a partir de fontes externas e dizem respeito a tendências e previsões políticas, econômicas e tecnológicas.
O processamento destes dados permitem ao executivo uma visão geral da situação ou, quando necessário, uma visão detalhada de algum aspecto. Isto é possivel utilizando-se ferramentas de inclusão de dados sobre eventos externos, bem como a obtenção de dados resumidos obtidos a partir dos demais sistemas de informação utilizados pela organização. São gerados relatórios gráficos a partir destas informações condensadas dos demais sistemas (internos e externos).
Um SIE é bastante interativo, permitindo ao usuário obter relatórios que indiquem situações fora dos parâmteros estipulado pelos planos da empresa. Além disso, pela análise de tendências, permite que o executivo antecipe situações que alterem o panorama de negócios em que a organização atua. Esse, portanto, é o mecanismo de feedback de um sistema de informação executiva.


Nestes 5 primeiros posts tentei mostrar o que é SI. De agora em diante, mostrarei aspectos mais práticos da vida de um profissional de TI. Alguns arquivos sobre introdução a Orientação à Objetos (OO), redes, linguagens de programação (C, C++, JAVA, C#, etc).

Pensamento Sistêmico

Hoje a discussão será o pensamento analítico versus o pensamento sistêmico. Culminando na Teoria Geral dos Sistemas (TGS).

O pensamento mecanicista (cartesiano, analítico) parte do presuposto de que a realidade pode ser decomposta em partes. Esta forma de pensar em sistemas seguia o processo de decompor o sistema até a menor partícula, analisando e compreendendo-a (processo de análise). A partir das propriedades das particulas estudadas generalisar, deduzir as propriedades e comportamentos para o todo (síntese). Esse paradigma concentra-se em relações lineares de causa e efeito.
Esta forma de pensar não é suficiente para explicar sistemas complexos da biologia, psicologia, econômia, sociologia, etc. Mesmo na administração, o paradigma mecanicista encontra dificuldade para gerar organizações mais complexas e flexíveis. Ela não é mais capaz de explicar novos fenômenos estudados, como a natureza da luz, particulas atômicas e subatômicas.

O pensamento mecanicista está restrito a situações onde há um razoável grau de estruturação dos problemas e estabilidade do ambiente, baixo grau de complexidade dinâmica e de influência das percepções de diferentes autores a partir de distintos interesses. Em resumo, a dificuldade do pensamento mecanicista advém do uso do método analítico: o reducionismo.

Em vista destas dificuldades, na metade do século XX, surge um novo paradigma, denominado de pensamento sistêmico. Este contraponto ao pensamento analítico tem seu foco nas características do todo, no relacionamento dinâmico entre as partes.
No pensamento sistêmico, a ênfase está no relacionamento entre as partes. Na construção do conhecimento, nossas descrições de mundo formam redes interconectadas de concepções e modelos, o que nos leva a passar da visão de causalidade linear para a circularidade, se busca um entendimento integral da realidade. Passou-se de um conhecimento objetivo para um conhecimento contextual, da verdade absoluta para as descrições aproximadas.

Por meio do pensamento sistêmico, houve uma busca da generalização que se refere a forma como os sitemas estão organizados, os meios pelos quais recebem, armazenam, processam e recuperam informações: uma Teoria Geral dos Sistemas.
A TGS visa aplicar o paradigma sistêmico à biologia, ciências do comportamento, as organizações (cada vez mais complexas e dependentes das informações). Um dos nomes mais importantes dessa teoria é o biologo Bertalanffy, que em 1956 publicou o livro Sistemas Gerais, onde constavam os propósitos desta nova abordagem acerca de sistemas.

No próximo post, os tipos de Sistemas de Informação: Sistemas de processamento de transações, Sistemas de informação gerencial, Sistemas de apoio à decisão e Sistemas de informação gerencial.